Cronologia do ensino da Língua Portuguesa no Brasil
1759
A Reforma Pombalina torna
obrigatório no Brasil o ensino de Língua Portuguesa nas escolas. A intenção é
transmitir o conhecimento da norma culta da língua materna aos filhos das
classes mais abastadas.
1800
A linguagem é vista como uma
expressão do pensamento e a capacidade de escrever é consequência do pensar. Na
escola, os textos literários são valorizados, e os regionalismos, ignorados.
1850
A maneira unânime de ensinar a
ler é o método sintético. As letras, as sílabas e o valor sonoro das letras
servem de ponto de partida para o entendimento das palavras.
1860
Desde os primeiros registros
sobre o ensino da língua, a escrita é vista independentemente da leitura e como
uma habilidade motora, que demanda treino e cópia do formato da letra por parte
do aprendiz.
1876
O poeta João de Deus
(1830-1896) lança a Cartilha Maternal. Defende a palavração, modelo que mostra
que o aprendizado deve se basear na análise de palavras inteiras. É um dos
marcos de criação do método analítico.
1911
O método analítico se torna
obrigatório no ensino da alfabetização no estado de São Paulo. A regra é válida
até 1920, quando a Reforma Sampaio Dória passa a garantir autonomia didática
aos professores.
1920
Inicia-se uma disputa acirrada
entre os defensores dos métodos analíticos e sintéticos. Alguns professores
passam a mesclar as ideias básicas defendidas até então, dando origem aos
métodos mistos.
1930
O termo alfabetização é usado
para determinar o processo inicial de aprendizagem de leitura e escrita. Esta
passa a ser considerada um instrumento de linguagem e é ensinada junto com a
leitura.
1940
As primeiras edições das
cartilhas Caminho Suave e Sodré são lançadas nessa década, respeitando a
técnica dos métodos mistos, e marcam a aprendizagem de gerações.
1970
A linguagem passa a ser vista
como um instrumento de comunicação. O aluno deve respeitar modelos para
construir textos e transmitir mensagens. Os gêneros não literários são
incorporados às aulas.
1984
Lançamento do livro Psicogênese
da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. A concepção de linguagem
é modificada nessa década e influencia o ensino até hoje: o foco deveria estar
na interação entre as pessoas.
1997
São publicados os PCNs pelo
governo federal para todo o Ensino Fundamental, defendendo as práticas sociais
(interação) de linguagem no ensino da Língua Portuguesa.
Fontes: Os
sentidos da alfabetização, Maria do Rosário Longo Mortatti, SP: Unesp. 2000. -
PCNs
Este quadro faz parte da reportagem O
papel das letras na interação social.
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